Terras de Assaré

Nem toda terra e maldita

Desgraçada ou desdita

Pelas mãos do povo do sertão.

Pois entre a luta e o luto

Muito pouco se recolhe o fruto

Da semente lançada sobre o chão.

Falta água, mas não o suor

E quando tudo parece ser pior,

Eis que a esperança predomina.

Entre um pedido e uma reza

Que todo sertanejo que se preza

Sabe o que a seca lhe destina.

Mas nem tudo é tristeza.

Também se extrai a beleza

Da cultura deste povo e de sua fé.

E são as poesias mais bonitas

Maravilhosamente escritas

Pelas mãos de Patativa do Assaré.

" Seu dotô me dê licença

Prá minha história contá.

Hoje tô na terra estranha

E é bem triste o meu pená.

Lá eu tinha o meu gadinho

Num é bom nem maginá.

Eu tinha cavalo bom

Gostava de campeá

E todo dia aboiava

Na porteira do currá..."

(Vaca Estrela e Boi Fubá - Patativa do Assaré.)

Geraldo Lys
Enviado por Geraldo Lys em 26/02/2010
Reeditado em 31/05/2019
Código do texto: T2109698
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