Verga, Não Racha

De que são feitas as peças soltas

Do passado de draga?

Embora ache que já são tolas

Têm sua praga.

De que me servem as aves magras

Pruriente lembrança?

Até são feitas de ruas largas

Metendo o fuço em cinta andança.

A que me toma do padre a bata

Se meu destino é invisível?

Peço escuridez na alva pata

Torno-me estúpido e plausível.

Porque me nascem vultos melancólicos

Desnobrecendo o cajueiro

Aspiro do nódulo o cheiro

E inverto a leira com furores eólicos.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/08/2006
Reeditado em 17/09/2006
Código do texto: T211080
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.