ofício de fera

sou uma indefinida trilha em teu corpo dourado

estirado ao meu nestas formas de se fazer

o que se tem de inventar

um romance que parece fome

e é um jeito úmido de farejar

desejos trejeitos relances

gozos nus no serenar de palavras

em que tua imagem corta meu sentir

e cria castelos de pensamentos

que desanuviam o intento de estar na cama

abrindo os sintomas de areia

ou grama na liberdade da carne

garras recolhidas (expostas) olhar seguro

passo firme e manhoso

salto macio destreza de rugidos aos teus ouvidos

pêlos línguas banhos lambidas

instinto animal no tal amor que ama

em brincadeiras

a melodia

dos selvagens delírios

quando dormem as feras _ tranqüilas.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 31/05/2005
Código do texto: T21155