voltando a pensar como macaco branco

ao invés de reclamar e pedir, aceita-se o que sobra

e já é muito, doces amargos e migalhas de vida incrível e justa

cada um tem o que merece, já diziam uns para os outros

no quarto da discussão e da fumaça,das de lembranças abandonas

nas gavetas de memórias fechadas, cheias de visgo e cipós eu vivo

ontem vi um anjo, mas fois por segundos

acho que le se assustou com minhas meias furadas

e meu bafo de onça, acabou por sumir

quando vejo as mulheres bem vestidas que já não me adotam mais

noto que não sou tão bom com palavras , nem com a escrita

me tornei um vago, um vadio nos pensamentos

me tornei um homem como os outros, lendo os jornais que se apresentam ao pé da privada

sem arriscar nem lembrar com nostalgia das glórias aveludadas de minhas caricias nas putas da cidade baixa

sou eu um magro barbudo e sério

sem graça e sem remédio, nem sei mais o que faço aqui

as vezes quando me assusto com minhas sombra

lembro dos verões passados

eu era capaz de atribuir virtudes intelectuais sem nunca ter estudado tais assuntos

hoje falo só sobre o básico, lunatico realista e chato

umbigos visitam-me a noite, me pedindo para coça-los

sou preguiçoso e nego

sou abstrato, branco, opaco

sem suavidade sou um bárbaro

em meados de 2010, esperando a copa do mundo

esperando sabe-se láo que? grosseiro

sem palavras suficientes pra encerrar este desabafo, breve , grosseiro

sem sentido, me tornei algo que não consigo descrever e talvez nem queira faze-lo

estou vivo?

rdeorristt
Enviado por rdeorristt em 13/03/2010
Reeditado em 13/03/2010
Código do texto: T2135698
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