O QUILOBO DOS PALMARES

O quilombo dos palmares

não tinha esse nome não.

Eles eram do outro lado

de um país majestoso

da África mística e divina;

Tinham o sol como seu Deus

e adoravam as estrelas,

se reuniam em chopanas

naquelas tardes fagueiras.

Seus ventres semi-cobertos,

um costume de seu povo.

As festas eram sagradas,

no céu tudo era paz...

Os jovens cantarolando,

os velhos confabulando

os tempos não voltam mais!...

E os sonhos continuavam...

E riam, como eles riam!...

Riam até sem razão.

Ah fortuna inviolável !...

Os bárbaros povos chegaram

trazendo o luxo e avareza,

Mudando o riso em tristeza

E aos negros subjugaram

Tirando o que tinham de seu;

A pátria amada altaneira,

suas musas negras faceiras,

seus pais, seus filhos,

seus netos.

Das tribos doutras inimigas,

--agora, em uma só;

Com féros corpos marcados,

são vendidos como escravos,

em fétidos navios jogados

nos porões, e acorrentados.

-- O negro agora é servil...

-- Não !...

O bom guerreiro não para !...

A guerra continuara.

E o Quilombo dos Palmares

orgulhosamente é Brasil...

“Uma elegia à raça negra brasileira”

Acadêmico Geremias Alves

POETA GEREMIAS ALVES
Enviado por POETA GEREMIAS ALVES em 16/03/2010
Reeditado em 02/11/2010
Código do texto: T2142589