O tempo...

Passou depressa... Um ano atrás do outro... Ou, já nem sei, um atropelando o outro...
Quem definiria isso, afinal... Mais um recorte socio-cutural?!
Sei apenas que foram dois... Ainda são...
Amanhã, direi ao mundo que o tempo parou... Hoje, ainda não.
Muitas curvas, muitos eixos... E me viro do avesso...
As palavras guardadas na caixinha mágica... Serão o espetáculo dos dias que virão...
Tatearemos os dias... Serão falhos e desconexos... Assim como um texto fragmentado... Meu!
Notar o que a face diz... O que o desassossego das mãos fala. E todos os recursos da linguagem ainda não chegaram ao encontro do entendimento... Ouvir a estrada:
Parto... Nasço... Um minuto eu tenho... Amanhã, não existo...
Olho pela vidraça... Atravesso as palavras, para fazer-me entender... Pouco tempo, eu asseguro... Resvalando de um lado para o outro...
Guardar as rendas... As fitas dos cabelos... As tranças... E, da dança, nem tive todas as missangas...
Contar, nos dedos, os dias falhos... Questão de escolha... Questão dos fatos escancarados...
Fui!... Depois, eu falo... Amanhã, passo... Hoje, ainda não.


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