Ventos de Solidão

Ventos de solidão...

A solidão rasga as cortinas,

Entorna os vinhos, quebra os tonéis,

Vem pelas escadarias,

Anjos nus em ventanias,

Lava os anéis de todas promessas,

A solidão não tem pressa.

Sangra a poesia,

e os homens ficam assim,

turvos, curvos, mudos...

E as ruas ficam assim,

Cobertos pelo pó de tempo,

Amanhecendo esquecimentos,

Que nunca terão fim.

Tonho França
Enviado por Tonho França em 12/08/2006
Código do texto: T215090