A mensagem diluída

Da árvore vai caindo

As folhas

E as raízes não têm

Mas as vontades

De mergulhar mais fundo...

O vento não incomoda mais,

Nenhum gesto para ajeitar

Os cabelos,

Nenhum desejo incontrolável

De adentrar nos interstícios do mundo...

Alguma coisa há de ter mudado,

Mas não me recordo de quê,

Os olhos acinzentados

Acimentados,

Talvez tenham em fim se adaptados

E percebido que há algo

Entre a alegria e o sofrer,

E... Sabe, o pior é não saber o quê...

Da cabeça cai os cabelos

O vento os leva

E os pés já não andam

O corpo pesa,

Olhos embranquecidos

Como papel sem valor

Sem memória

Eis a árvore já velha

Como se nela

Não existisse mais amor...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 21/03/2010
Código do texto: T2150952
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.