Lavar a rua...

Entre as trevas, as escuridões, o nada fala...

Em meio ao silêncio, até o triste se cala...

A porta aberta não projeta sequer sombra,

Não há luz, não há ninguém, nada assombra...

E então a morte em pé está no meio da sala

E de sua foice um laivo de sangue escorre...

Observa como órfãos observam o corpo numa vala...

A certeza da vida é quem vive, morre...

Profecias em papéis manuscritos são queimadas,

O passado arde as esperanças desconsoladas...

Sacrifícios são ouvidos no derradeiro instante...

A alma foge de corpos que não vêem seu fim,

Lágrimas formam oceanos no durante

E a eternidade dessa cena continua assim...

Vida morta... Terra, planeta condenado,

Escola de humanos desumanos negando aprendizado...

É preciso varrer a rua e lavar o sangue do chão...

Recolher-se ao silêncio calado, no fundo do coração...

Sandro La Luna
Enviado por Sandro La Luna em 22/03/2010
Reeditado em 15/08/2015
Código do texto: T2152916
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