A PELE DE DENTRO

No morno domingo e o Atlântico em meus poros.

Ouço Ray Lema e vou ao encontro da alegria negra.

Tomado de ritmos, meu coração desonera a Europa em mim.

Como me laça sôfrega a fusão,

recolho-me entre fuzarcas e danças.

Somos um todo individual.

Somos milhões na unidade.

Somos passageiros dentro da infinitude

de todas as cores.

De todas as marés.

Do quando do bem que faz essa inquietude.

O aflitivo não-entendimento das coisas

refresca-se na sensação de que nunca estarei só.

Travesseiro que acolho

com o arcabouço do sensível.

Somos todos um só corpo.

Como um velho jeans,

o mesmo pó.

2006

Sítio de Poesia

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ALFREDO ROSSETTI
Enviado por ALFREDO ROSSETTI em 13/08/2006
Reeditado em 18/08/2006
Código do texto: T215750