A PELE DE DENTRO
No morno domingo e o Atlântico em meus poros.
Ouço Ray Lema e vou ao encontro da alegria negra.
Tomado de ritmos, meu coração desonera a Europa em mim.
Como me laça sôfrega a fusão,
recolho-me entre fuzarcas e danças.
Somos um todo individual.
Somos milhões na unidade.
Somos passageiros dentro da infinitude
de todas as cores.
De todas as marés.
Do quando do bem que faz essa inquietude.
O aflitivo não-entendimento das coisas
refresca-se na sensação de que nunca estarei só.
Travesseiro que acolho
com o arcabouço do sensível.
Somos todos um só corpo.
Como um velho jeans,
o mesmo pó.
2006
Sítio de Poesia
www.alfredorossetti.com.br