manhãs esplêndidas
se da geometria saísse
para fora,
para a rua, a vida,
podia encontrar círculos e circunferências
bebidos pelas árvores
e pelas homónimas pessoas,
circulando ,rápidos, nas ovais derretidas com rodas e guiadores de chocolate
nos seus , súbitos e matinais desejos
de arcos góticos acompanhados
por cânticos onomotopeicos
de pássaros, triângulos equiláteros brilhantes.
Dos raios do Sol encontraria semi-rectas iniciais
que disseminavam os adjectivos mais sublimes,
sobre as cidades abertas ao novo dia.
Continuaria, se saísse da geometria, no percurso
breve da rua, no meu olhar vertical e substantivo
para os troncos de pirâmide de âmbar e alvenaria
que a aurora descobriria linear e perspectiva.
Do verbo e do cone faria a poesia concêntrica
e intrasitiva como um óculo de pétalas rosa
que visse o mundo como também é.
Os rectângulos e os quadrados homógrafos
funcionariam como um ludo de crianças
e tudo não seria engano ou doença,
nem os ruídos são como sempre se ouve,
nem os gritos, nem os rastos, nem as sombras,
nem os gases e as poeiras, nem os homens , nem as mulheres
acordam desfeitos pela erosão
há manhãs diferentes
todas as manhãs são outra coisa também,
depende do Sol
e de mim.