DAS TREVAS AO RENASCIMENTO

A face reclusa nas sombras

Projeta-se no outro, reflexo,

Dá luz ao envelhecido espelho

Vacilante, tímido sonho...

Imagem trêmula de velas.

Séculos trespassam o corpo

E libertam o rosto no tempo

Sangrado em tinto vinho

Outonais segredos se revelam

Na melodia barroca do desejo.

Sem limites a linguagem

Rompe o anoitecer das horas

Com a claridade de um poema

Escrito com as longas penas

Ponteiros perenes do relógio.

Nostálgicos renascimentos

Sussurram nas clausuras

Dos entrecortados pensamentos

E libertam um sopro

Musical, poético, eterno...

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 14/08/2006
Código do texto: T216123