A DANADA DA INVEJA

Não sabe ela, a bichinha...

Que é uma vilã infeliz

Se sente inútil e tristonha

Não sabe nem o que diz

Seus olhos são frios e perdidos

Não conseguem se ocultar

Vivem tristes no vazio

Tentando um tolo encontrar

Pra roubar o seu tesouro

E na penumbra escapar

Sua auréola é escura

Vive suja noite e dia

Perambula pelas ruas

Catando com as mãos vazias.

Seus trajes esfarrapados

Pulseiras de cordas nas mãos

Com muitos nós enroscados

Tramando muita confusão.

Na vida não soube plantar

Passava noites e dias

Mirando o jardim alheio

Ansiando uma flor

Pra cheirar o dia inteiro

Amigos não existiram

Só mágoas no coração

Seu fim é uma página em branco

Repleta de solidão.

Não sabia ela, a coitada...

Que as coisas alcançadas

Pelo esforço das próprias mãos

São pingos de suor sagrados

Que levantam e adormecem

Em silêncio de oração.

Didinha Albuquerque
Enviado por Didinha Albuquerque em 26/03/2010
Código do texto: T2161333
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