A SENHORA DA BOA VIAGEM

E lá estava, ali na ponta perdida,
distante, ao arredio da cidade,
Pequena ermida erguida à Virgem Mãe
Senhora da Boa Viagem;

E tal ermida encanta,
àquele que chega e que parte,
De longe, para quem do mar a vê,
pergunta-se se é miragem,
Esplendorosa, ela surge, em forma de catedral
Mas quem de perto a contempla, é concreta, é real.

É a Mãe querida que terna nos acolhe,
Envolve-nos nos seus braços
E docemente consola, e a tosca ermida, que tal,
Em Catedral se transforma, tendo aos pés,
Vagas tão doces que aos Seus pés vêem se espraiar
E de tão dóceis descansam, aos Vossos Pés,
em vosso Altar.

E ali bem ao meio do oceano,
em que fito horizonte tão profundo,
Ao ver a tosca ermida,
amorosamente erguida
Eu vejo o céu nessa terra,
Vivendo cá, neste mundo.

Pra quem parte com os olhos na ermida,
Na incerteza de bons ventos, boa ida,
A Virgem lhes acena amorosa,
Garantida nos está, boa viagem!


Pra quem chega, esperando encontrar
A família, a esperança, um amor, algum lugar...
Divisando desde longe tal ermida, vê a Virgem acolhendo
Sua chegada, e a vitória nestas Terras permitida!

Virgem Senhora da Boa Viagem,
nesta estadia de agora,
e em tantas outras passagens
És o farol que indica o caminho,
a viagem;
O farol que indica a direção,
O farol que orienta o viajante,
O farol que acompanha o caminheiro,
O farol desta vida e tantas outras,
Valei-nos nos nossos caminhos,
Nos atalhos, nos entraves,
Sede sempre nosso farol,
Virgem Mãe da boa Viagem!

Lá distante,
bem distante,
ao arredio da cidade,
Pequena ermida erguida
à Senhora da Boa Viagem.




 
Fátima Trinchão
Enviado por Fátima Trinchão em 31/03/2010
Reeditado em 05/03/2020
Código do texto: T2169696
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