O POETA E A CIDADE 12

O cais é de onde parto,

Onde fico:

Conflito...

Disso tudo que deixo.

Os nomes,

Os medos,

As cores quase todas em cinzas,

Das janelas em adeus!

E teu rosto:

Não deixei, não.

Guardei onde só eu sei!

Do cais é de onde parto,

Onde fico:

Conflito...

Não volto,

Seguindo sempre em tempestade,

Cá o mar, em mim

Maré alta.

Não volto...

Meu cais está aonde sou!

E agora, sou vela...

Vela em mar aberto.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 03/04/2010
Código do texto: T2175423
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