A Poesia do Teu Nome

Que nome dar ao império

Onde habita os sentidos

Quando de ti recebo tantos afagos

Que nome dar a esta sensação de frio e fome

De sede e clamor

Perene carência de ti

Que encerro no sussurro em que censuras

A amordaçar esta sensação

Que me percorre a pele

Estrada úmida de pelos eriçados

Rota morena das sílabas que soletras

Em letras comedidas teu alfabeto

De incêndio e tremor

Que mergulho nesta festa interior

Que zumbe aos ouvidos

A dança das flores

Assédio permanente de arisco beija-flor

Que nome dar a insensatez da pele

Que pulsa em chamas tua ausência

Como chamar a poesia do teu nome

Quando rimo ânsia com rubor

No ardor de querer-te

Na mais doce e rubra expressão

Imponderável paradoxo a incendiar-me

O sentido de te querer