VIRTUDE...
As razões se sucedem .
Tudo é justificável.
Na minha cabeça nada de errado,
Apenas o incontrolável.
Sem pecados,
Sem máculas,
Sem remorso.
Para tudo encontro remissão,
Isto foi por isto,
Aquilo foi por aquilo.
Não sou culpado.
Porque haveria de agir assim
Se não fosse a única saída esta forma,
Porque trilharia este caminho?
Está errado?
Sim, é antiético, incorreto, desleal, é traição.
Quem julga?
Onde se esconde o deus da virtude?
Existe ser humano
Capaz de condenar outro?
Matei um amor por letargia,
Matei um sonho por interesse material,
Sucumbi à corrupção por comodidade.
Traí por prazer e luxuria,
Roubei lágrimas e esperanças,
Menti muito como legitima defesa,
Apaguei muitos sorrisos inocentes.
Não sou culpado.
Apenas meu travesseiro me incomoda
Sacerdote que é do meu confessionário.
Planejo destroça-lo
Jogar pluma por pluma em lugares distantes
Para que assim espalhadas
Não me acusem mais,
Esvoaçantes e indiferentes,
De ter vivido.