A borboleta e Lagarta
 
Rompo minha crisálida.
Declaro as asas azuladas.
A lagarta conjunto de linquéns,
Carnes e rancores empíricos amparam-se por suas antenas.
Pouco aprecia sua jornada, subjuga sua beleza de lagarta.
A vida passa em segredos compartilhados.
Passeia a borboleta entre os abismos das construções contemporâneas,
Confundindo-se com o céu de Brasília.
Arquitetura enfeita a ilha urbana em meio ao cerrado.
O pensamento vazio, repleto de relatórios, finge ser inerte.
As borboletas se divertem com o fingimento, se comprazem.
Flutuam seus cílios de Marietas em grises brumas suspensas.
Borboletados marinhos enfeitam os sonhos das lagartas cinderelas.
Como é bom sonha-los, doces obsessões.
Rompe a crisalida,
A Flor de Ir Embora.