TULIPAS AMARELAS (Cenas de uma sala ou de uma vida...)

Tulipas amarelas...

(cenas de uma sala ou de uma vida)

Nada entre eu e mim

Se não esse ritmo já tão ouvido

As tulipas amarelas que parecem sorrir

Descansam na porcelana fria do vaso.

O mesmo cachimbo, e tudo que não trago

As paredes projetam tuas formas

O corredor torna-se imenso

Refletido pelas últimas luzes do ocaso,

Nada entre eu e mim

Nada entre eu e mim

Além das pontes invisíveis que atravessamos

Quando ainda éramos nós

A poltrona torna-se imensa,

A vida agora é real demais, algoz

Tudo se foi na tua bagagem

Nos rituais comuns de despedidas,

Meus versos, perdidos no outro lado da vida.

Nada entre eu e mim

Se não essa suave sensação de fim

Nuances, trincas eternas, seqüelas

Como o vaso onde descansam

Silentes tulipas amarelas...

Tonho França.

Tonho França
Enviado por Tonho França em 17/08/2006
Código do texto: T218866