a tua parte

a tua parte

não se transaciona , não tem matéria, olha é como o vento

ou a luz

não tem lugar, sem tempo e não se guarda!

os olhos dos velhos estão cheios do húmus dessa terra

o sol é a circunstância

a água pode ser a prece

e as tuas memórias um zigurate perdido em livros de História

o que resta não são despojos

é um rasto de pistas, de luares em aguarelas

de sonhos plásticos e inacabados

Da minha dor dou-te o príncipio,

das coisas que levas ainda te dou a regra do jogo

que não quero

que a alma fique só aqui

a tua parte

também a conhecerei:

nos olhos dos meus filhos

nos sorrisos que tiverem

e tudo o que o mar , quando eu o vir, me explicar do meu olhar!

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 18/08/2006
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