LENTO QUERER
Zenaide Giovinazzo
Armo pequenas artimanhas,
não contento-me com pouco,
quero arder, queimar,
o fugaz é transitório e louco.
O futuro corre indeciso,
vai à frente comandando,
há um infinito de sonhos
e as mentiras, reponho.
Quero o sangue das suas veias,
o seu incerto amor, talvez,
os beijos descontrolados
e o domínio da altivez.
Os protestos não convencem,
a verdade está em mim,
e as pontas dos seus dedos
procuram caminhos sem fim.
Palavras atrevidas e obscenas
possuem místico matiz,
o desejo em meus sentidos
desperta a fúria meretriz.
Algo em nós é fascinação,
lascivo destino reinvento,
o delírio invade a noite
e o gozo chega lento...
SP/07/02/09