Flor de Março

Queria regalar-te, hoje, beijos mil,

Lembrando-te os céus, que foram quinze,

E os cânticos sagrados de um Abril!...

Queria mandar-te um poema de amor,

Que, ao leres, cinco lágrimas plangentes

Caíssem dos teus olhos verde flor.

Como eu as aninharia nos esconsos

Susurros que deambulam por Gólgota...

E, sem te ter... teria-te em choros sonsos!

Ah! que tão pouco esmolam estas linhas,

Que se arrojam perante o teu olhar,

Hoje, magras, murchas, ontem rainhas!...

Sou eu, tonta, que mendigo de ti,

Que me arrimes o teu olhar flor de Março,

E derrames as lágrimas que te escrevi!...