A MAÇÃ
Queixo rente à mesa de tabuas remendadas,
Mãos no beiral, olhos pidões em goles
Partidos em quatro, com apenas dois golpes,
Furtam o cheiro escorrido das fatias adocicadas.
Correm os dedinhos furtivos de pontas salivadas
Adiantam-se sobre mesa, céleres de vontade
Erguem a fruta à boca, em desajeitada voracidade
Sorriem os olhos infantis de ousadia pueril e afortunada.