Sucata

Tudo que sobrou ainda usaremos um dia;

moedas no bolso, migalhas pelo caminho,

a lágrima derramada, o pranto sentido.

Os pés no chão saboreando a calçada,

o corpo confuso deitado num banco qualquer, ainda respira.

A vida em sucatas, separadas em peças,

validade vencida, o que sobrou ainda tem validade,

completando uma nova peça do que antes era sobra.

O corpo, o carro, a bicicleta, o desejo, o apego

A casa, a raiva, o ouro, a carteira...

No fim tudo vira sucata...