VIA PÚBLICA, VIDA PRIVADA

havia a via:

onde você via passagem,

eu vivia.

do que lhes parece vazio e vão,

vão vindo minhas vestes.

Vêm viáveis valores,

onde vós vedes vis vultos

nos veios da cidade, ocultos:

insultos ao vosso viés

Vísceras avessas

às veias do pulso,

às vértebras na coluna...

A música vociferando violência

viola toda voz invulnerável:

da “virtude”, da “verdade”, da vivenda...

(Em parceria com Rodrigo Motta. Poema cuja primeira estrofe está inclusa em filme de mesmo nome, sobre a maneira dos morados de rua de habitar a cidade.)

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 19/04/2010
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