IDOSA
Quando me foge a realidade,
busco em minha retina azulada
de madrepérola opaca,
Imagens,
sabores.
O pão que minha mãe me deu
às duas da madrugada
com toicinho e cebola,
que o médico aquiesceu.
Como se eu fosse
a minha doença
e a minha cura.
Não, não saio mais daqui.
Para onde mais iria?
Se tudo que sou
e o que sei
ficou em um tempo
que estacionou por trás de mim!?
Não, não vivo mais aqui.
Se tudo que tenho e sonho
morreu antes de mim!?