Devolva-me

Devolva-me as horas de amor contínuo

Meu egoísmo tão exíguo.

Devolva-me meus passos no teu chão

As avenidas que abri no teu coração

Devolva-me as noites diárias

De volúpias solitárias

Devolva-me o calor dos seios

Onde depositei teus anseios

Devolva-me o amor silencioso

Que chorei de prazeroso

Devolva-me as lágrimas quentes

Que colecionei como sementes

Devolva-me meus mares e oceanos

Meus desejos insanos

Devolva-me o corpo árido

O viver pálido

Devolva-me o frio da alma

A inquietude e a calma

Devolva-me o viver acomodado

Meu ser desbotado

Devolva-me a certeza

De aprender viver sem beleza

Devolva-me a juventude cheia de graça

De todos esses anos de trapaça

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 04/06/2005
Reeditado em 04/06/2005
Código do texto: T22172
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