Verdade que minto?

É que o poema é mais bonito quando se está de olhos fechados.

É que a poesia está em tudo

E ela me toca

E então eu não tenho alegria

Tudo é fantasia

Até minha solidão é inventada

Meu amor, e minha dor são coisas criadas

Não por mim que de nada sei

Mas por outro ser que também não sei

Que inventou tudo isso

E me inventou também

Para sentir tudo que ele inventou

Eu sou uma invenção

Mas não tenho certeza

Tenho certeza de ter incertezas

Quem pode me explicar?

Ah...

Isso não é um lamento

Não é um ato de coragem

Andar é o que faço

Mas posso andar por uma imagem

E ser totalmente dependente

Daquilo que me cerca

Daquilo que me ver

Daquilo que é sentido por mim

É uma droga

É um vicio

É uma perdição ser assim

Eu não sei nada de mim, de mim mesmo

Apenas sinto sem saber dizer o que seja sentir

E sinto os vazios e as paixões

E sinto os decididos e as decisões

E sinto o maldito e a contradição

De matar o que ama o amado

E andar perdido sem sentido

Como se lamentasse ter vivido

Eu não sei, não sei e não sei...

Mas eu sinto

Sei que sinto

E por isso minto...

Mas será verdade que minto?

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 25/04/2010
Código do texto: T2219558
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