Universo em desmonte
À noite me vejo só... indeciso.
Não sei o que fazer... além de um sorriso,
Não sei aonde ir... além de uma terra distante,
Não sei qual tempo viver nesse instante.
Mas não há como alcançar o horizonte
Não há como ir além do universo
Que nos cerca, nos cria, nos esconde
Sem temer a vida ou um verso
Como o meu que o desmonte.
No quintal da via láctea
Penso amores em belas cores
Jogo a casca da noz pela janela
Que espelha todos os horrores
Sempre além dela
Nesse momento sem ela.
Desisto em pensar em tudo
Que deixei para trás, que está porvir
Porque além da roda do devir
Há nada mais que nada
Ou que o vazio em estudo
Que dizem existir
Mas que confunde o mundo...
Todo o mundo... Toda a rede...
Toda a água... que me dá sede.