CÂMARA ESCURA
Arte abjeta?
Profundamente singular
espaço semiótico,
angular.
relação individual.
O tempo. O espaço
O real. O irreal
intencionalmente fetichista,
o que se move, absorve
em contornos de luz e sombra
o que é sólido, dissolve
no desejo de fixar o tempo,
registro
do que é, do que houve.
Instante
No revelar
o mergulho,
a luz de prata metálica,
sem ar.
Depois o porta-retrato
a mesa, a estante.
No projetar
o que se quer abraçar
nas mãos não caberia,
o sublime dissolveria-se,
nessa extrema lucidez afetiva
que cicatriza a fotografia.