Morte da Poeta

Ah! Seu eu pudesse morrer amanhã...

Queria morrer mansamente

Em silêncio...como a brisa dolente

Que me beija calada toda manhã

Como orvalho que cai tranqüilo

Se esparrama pelos jardins

Espalha o perfume dos jasmins

Entristece o canto do grilo

Ah! Se eu pudesse morrer amanhã...

Queria morrer como o mar

Que vem na praia desmaiar

Entoando uma prece malsã

Beija a areia com cânticos

Se desfaz vagarosamente

Deixando um rastro quente

Dos seus beijos vulcânicos

Ah! Se eu pudesse morrer amanhã...

Queria uma mortalha de poesias

Para conduzir comigo as agonias

Queria beijos com gosto de hortelã

Ah! Se eu pudesse ao menos escolher

Não queria levar minhas dores

Só o gosto dos meus amores

Se amanhã eu pudesse morrer...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 05/06/2005
Código do texto: T22353
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