Nó Budista

Preciso perder o paletó e esquecer o trânsito.

Transitar no céu e tanto e tanto.

Tenho que virar palhaço e mendigar abraços.

Aventurar-me na graça, catar migalhas de alegria

No caminho vão da vida

Que tenho...

Preciso buscar a paz.

Preciso afogar a mágoa num copo d’água;

Lidar com a dor com gratidão.

Entender a companhia...

Valorizar a solidão.

Tenho que ver meu castelo

Abrir as portas, quebrar os elos

Das correntes que criei.

Preciso folgar o nó da corda

Que me cerca o pescoço

Que me força a viver entre os meus.

Preciso, sinto, preciso morrer cá em vida

Para renascer da ferida...

Preciso perdoar a Deus.