MIRAGEM
Se nas esquinas da vida vida me encontrares
Perambulando pelas vilas do destino
Sem objetivos a seguir
Se me veres a recitar um poema mudo
Ou se por acaso encostada
numa madrugada sem noite
Desabafando no silencio da nicotina
Ou ainda bebendo o orvalho da noite
Na taça de minhas lembranças
Com minhas lágrimas incansáveis
Com meu tempo sem tempo
E minha calada voz a explicar o que não falei
Tendo a solidão como companheira
Se quiseres chame pelo nome que não tenho
Se preferir pode me observar em silencio
Ou até mesmo a distancia
É que neste dia estarei meditando
E me perguntando seriamente
Onde está o meu EU,
Que não vem encontrar-se comigo?