a noite verdadeiramente escura

dói olhar a noite verdadeiramente escura,

sem ângulo, sem olfato , um fosso preto,

só o branco dos olhos sem luz.

a noite verdadeiramente escura,

num ritmo diabólicamente negro,

de

memórias curtas, de voz perecida de palavra.

Um verbo longo melancólico, um infinito túnel

uma inexistência suprema.

de noite todos gatos são pretos e não se distingue a voz.

Tudo como no dia aberto mas com os olhos bem fechados,

ouvindo a dor subindo enorme. o frio.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 24/08/2006
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