Paulo de Tasso

Nasci Quase antes do dia na beira da vida eu vaguei.

Quase de fome eu morria na beira da morte eu morei.

Quase no meio ndo nada, quase na beira eu não sei.

Quase que eu viro o quase do quase da beira eu virei

Quase estando na beira, quase felicidade eu passei.

Quase que fui amado, quase que sem querer amei.

Quase no centro ou na beira o amor quase cantei.

Quase que sempre na beira, quase no centro eu parei.

Quase que nunca eu parava, quase parado eu andei.

Quase tudo eu mandava, mas quase que tudo eu neguei.

Neguei que estava na beira, que estava no centro eu neguei.

Quase me sentia um Deus e da beira do céu eu olhei.

Quase na beira da terra quase na beira eu pesquei.

Quase que na praia eu morava, na beira do deserto eu vaguei.

Quase no monte eu estive, na beira do abismo eu sentei.

Quase que a luta eu ganhava, quase que a batalha eu ganhei

Quase que na cruz eu morria, na beira do nada ressuscitei.

Quase na beira do santo quase na beira do céu eu morei.

Quase não salvava ninguém, mas a beira do mundo eu salvei.

Quase na beira do homem quase um destino tracei.

Quase diabo, quase deus, quase uma verdade lhes dei.

Negando que estava na beira, que estava no centro eu neguei.

Quase fui sorteado, na beira do pentecostes cheguei

Quase antes de Barsabás a beira dos santos disputei

Quase que eu era Matías, na beira de apóstolo fiquei

Quase que eu via tudo, e na beira de cego me encontrei.

Quase que eu era romano, a beira de uma religião eu criei

Quase que eu era Judeu, na beira de Atenas preguei

Quase em Corinto pregava, na beira de deus e da lei.

Quase que da parte dos homens na beira de Gálatas eu cheguei.

Quase em Efeso eu entrava da beira de Jerusalém eu voltei.

Quase que o Pedro me amava quase que ao Pedro eu amei

Quase que ao Deus ele negava quase que a Roma eu neguei.

Quase Que a igreja ele criava, quase que a igreja eu criei.

Negando que estava na beira, que estava no centro eu neguei. 20/07/2004