a lua a começar a dança

a lua a erguer-se,

a começar a dança,

todos de primeira água, de smoking,

de mastercard, de perfume, de guardanapo

ao pescoço.

Uma oitava no azimute, deslocação para Oeste,

dois no Tango, um poeta enlouquecido, um louco sem remédio,

um par apaixonado, um verbo emergindo de dentro do Oceano.

Qualquer estrela no firmamento brilhando ao momento.

a lua modesta, bebendo o sol, chovendo prata,

entrando devagarinho pelas janelas abertas,

pondo-se nos sonhos criando,

procurando o sono derretendo-se

na chama da alvorada,

os ciganos fechando a tenda,

o pão fresco diletante quase na mesa.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 25/08/2006
Reeditado em 25/08/2006
Código do texto: T225155