Eu não sou eu, nem sou o outro.
Mote
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
(Mário de Sá Carneiro)
Glosa
Escrevia sem o pseudónimo
O Pessoa seu confidente noutro
No disfarçado anónimo
Eu não sou eu nem sou o outro.
Do ser ou não ser foi questão
Fez Mensagem de remédio,
No contexto deu sugestão
Sou qualquer coisa de intermédio.
Na Alta-Burguesia se viu
Refundia-se no fastio médio
Daí… escreveu e não mentiu
Pilar da ponte de tédio
Revê-se nos versos que afirmou
Ressalvando um e outro
Retratado este, que ficou
Que vai de mim para o Outro.
Pinhal Dias - (Lahnip) – Amora - Portugal