Referências literárias

Sento na cadeira da barbearia que não existe,

Não me levanto e nem grito

Nem tão pouco vejo o eclipse lunar

Porque a lua continua inacessível

Também não sinto saudades dos meus oito anos

Não escrevo cartas de amor ridículas, não vejo aves descansando em árvores, nada tenho que é meu

O amor se acabou

envolto numa névoa de ausência,

um segundo suspenso no tempo, suspiro.

Ninguém veio ao meu encontro enquanto fiquei esperando, olhando perdidamente, procurando-lhe

O sono pesa-me os olhos, fecho-os

O coração me dói, fecho-o

Mas queria abri-lo e lhe ver entrar

Dançando um tango de Gardel

Rindo com tamanha doçura

Que a alegria lhe faria levitar

Levanto e não fecho o ferrolho

Que se dane a consciência

Quero esvaziar meu copo e afogar os morcegos

Vê-los nadar na inconsistência de meus sentimentos

Também não iria para Pasárgada

Porque não sei a mulher que quero

Nem sei a cama que escolheria

Márcio Barreto
Enviado por Márcio Barreto em 27/08/2006
Código do texto: T226380