ego
E de resto,
Esta bursite crônica
A me lembrar, ter braços
Pois até hoje
Solene e sonolentos
Aguardam, imponentes
A foto gloriosa
De um dia de glória.
E de herança
Este filme na memória
Onde um a um,
Desfilam
Todos os corpos desperdiçados
Por desnível,
Higiene
Ou culto a imagem
Abraços perdidos
No mínimo fraternos
Sem retorno
Jamais.
Pudesse medir ou pesar
Tudo o que não fiz
neste culto insano,
Não só os braços podres
Mas me seria utópico
Manter-me em pé
Restou-me o cão
Mimado e velho
Que em meu delírio de ego
Entendia humano
Pela afinidade e sintonia
Sem perceber a vida
Irracional que vivi.
Restei-me eu,
Imagem distorcida
Impregnada em tudo
Que este olhar louco
Se atreva a pousar
Pois prisioneiro
Do EGO
Neste labirinto CEGO
Deste ser miserável
Que inventei.