ego

E de resto,

Esta bursite crônica

A me lembrar, ter braços

Pois até hoje

Solene e sonolentos

Aguardam, imponentes

A foto gloriosa

De um dia de glória.

E de herança

Este filme na memória

Onde um a um,

Desfilam

Todos os corpos desperdiçados

Por desnível,

Higiene

Ou culto a imagem

Abraços perdidos

No mínimo fraternos

Sem retorno

Jamais.

Pudesse medir ou pesar

Tudo o que não fiz

neste culto insano,

Não só os braços podres

Mas me seria utópico

Manter-me em pé

Restou-me o cão

Mimado e velho

Que em meu delírio de ego

Entendia humano

Pela afinidade e sintonia

Sem perceber a vida

Irracional que vivi.

Restei-me eu,

Imagem distorcida

Impregnada em tudo

Que este olhar louco

Se atreva a pousar

Pois prisioneiro

Do EGO

Neste labirinto CEGO

Deste ser miserável

Que inventei.

velloso
Enviado por velloso em 18/05/2010
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