Adivinhe

Não gosto de branco nem de preto

Mas gosto de cada um em cada dia, ou misturados.

O dia é belo, e há certezas

Mas a noite é colorida, e suas incertezas me fazem viver mais

Pra desvendá-las...

Ódio ao doce, amor pelo salgado, e paixão desconjuntada pelo chocolate.

O frio é a minha estação e o calor me dá o aconchego de quem não tem ninguém.

Pelas estrelas percebo que são três da manhã, e eu digo que odeio a madrugada;

O relógio agoniza meio-dia, e eu começo a detestar a luz do sol.

Aquela beleza que ontem me fissurava, hoje é cansativa

E inútil aos meus olhos.

Aqueles cabelos mal-cuidados, e suas palavras doentias

Hoje soam como verdades absolutas e... doentias.

Vontades que me malucam, e outras que nem me tocam.

Passam dias e horas, e eu já não sou mais a mesma.

Num minuto eu te absolvo e te condeno,

No outro eu me enforco e me ressuscito.

Hoje eu sou o messias

E amanhã o anti-cristo.

Maria Clara Dunck
Enviado por Maria Clara Dunck em 28/08/2006
Código do texto: T227221
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