O esquecido

O agente faz troça

Daquele que tirou a própria vida

O outro engole a raiva

Junto com a comida

(Violência reprimida?)

Na cela jaz um enforcado

Esperando, abandonado

Aguardando que o retirem

Do local onde está pendurado

Agora só é lembrado

Pelo agente que caçoa

Pelo outro que engole a raiva

E pela mosca que ao redor do seu cadáver voa.

As lembranças do detento

Não se esvaem com o vento

Nunca existiram em verdade

Outro agente constata:

“Agora é só menos um na contagem”.