O ESTORVO
sou aos teus olhos substâncias estranhas
um amotinar humano
uma indelével marca na face em que não arranhas
sou aos teus olhos um desarranjo na ordem premeditada
fora da linha imposta
o descativo quando me fixas o nada
sou aos teus olhos uma multidão desvairada
um erro de calendário
uma explosão sem estilhaços mas que queima como círio
sou aos teus olhos
dois olhos que emaranham o contrário
fundem-se em vários braços
e desarvoram teu fosco delírio
2006
Sítio de Poesia
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