O ESTORVO

sou aos teus olhos substâncias estranhas

um amotinar humano

uma indelével marca na face em que não arranhas

sou aos teus olhos um desarranjo na ordem premeditada

fora da linha imposta

o descativo quando me fixas o nada

sou aos teus olhos uma multidão desvairada

um erro de calendário

uma explosão sem estilhaços mas que queima como círio

sou aos teus olhos

dois olhos que emaranham o contrário

fundem-se em vários braços

e desarvoram teu fosco delírio

2006

Sítio de Poesia

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ALFREDO ROSSETTI
Enviado por ALFREDO ROSSETTI em 28/08/2006
Código do texto: T227568