Recortes da cidade
Na noite de cores raras e luzes severas,
De corpos que passam ingenuamente,
Uma energia inconsútil deles se apodera
A cidade fala alto sobre suas dores
Fogem formas ambíguas e claras cores,
Olhares se envolvem ardentemente
Nada sabem uns dos outros, são todos forasteiros
Encontram-se apenas, na paisagem solitária,
Ainda de corações frios, ainda sorrateiros,
Mas são pessoas, belas, gentis, perfumadas,
Consumindo alamedas, ruas e passagens arbitrárias...
Imersos em suas contidas decisões
A esperar uma resposta da cidade recortada
Que atenta e inquieta só pode lhes devolver paixões