NÃO CREIO

Não creio na primavera sem flores,

nos homens que se dizem sábios;

na paixão que se proclama amor

de quem não sabe se doar.

Não creio no amanhã próspero

sem o labor de hoje.

Não creio em amor à distância

feito de promessas e despedidas.

Não creio na ilusão romântica

sem a visão da vida...

Não acredito em saudade e angústia

Que não sejam esquecidas.

Não creio mesmo na vida

que se vive sem valor; não dou

crédito a nada que se faça sem amor.

Não creio na sinceridade

de quem vive sem sonhar;

nem em quem sonha demasiado

se esquecendo de acordar...

o equilíbrio é necessário

para a balança parar.

Não creio no dinheiro fácil

que a todos enlouquecem,

não posso crer naquilo que

somente embrutece.

Não creio em noites tenebrosas

como não temo o escuro;

na mente tudo clareia quando

se busca o bem puro.

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“Onde estão os homens?

Disse o principezinho.

A gente está um pouco só no deserto...”

- Entre os homens também,

disse a serpente.(Exupéry)

Lumar
Enviado por Lumar em 29/08/2006
Reeditado em 07/03/2007
Código do texto: T228081