Valeu
Eu conto o tempo
através das garrafas vazias,
dos papéis amassados.
Os cinzeiros cheios,
as xícaras sujas de café
mostram os dias
que foram um só.
A cabeça que não pára de doer,
a água que não cessa a sede,
o corpo dolorido
mostram que o dia rendeu.
Mas ficou lá,
no meio da pilha de papéis amassados
(idéias momentâneas descartadas).
E eu (re)invento, (re)modelo;
(re)pico e jogo fora.
“Com muito açúcar, por favor.”
Lá se vai a fumaça;
pensamentos organizados.
“Sem colarinho, por favor.”
“Outra, garçom.”
Caneta na mão, tudo muito rápido;
o lixo não se agüenta mais.
Mais um dia pra conta da vida.
E outro, mais outro;
fim.