Valeu

Eu conto o tempo

através das garrafas vazias,

dos papéis amassados.

Os cinzeiros cheios,

as xícaras sujas de café

mostram os dias

que foram um só.

A cabeça que não pára de doer,

a água que não cessa a sede,

o corpo dolorido

mostram que o dia rendeu.

Mas ficou lá,

no meio da pilha de papéis amassados

(idéias momentâneas descartadas).

E eu (re)invento, (re)modelo;

(re)pico e jogo fora.

“Com muito açúcar, por favor.”

Lá se vai a fumaça;

pensamentos organizados.

“Sem colarinho, por favor.”

“Outra, garçom.”

Caneta na mão, tudo muito rápido;

o lixo não se agüenta mais.

Mais um dia pra conta da vida.

E outro, mais outro;

fim.

melão
Enviado por melão em 29/08/2006
Reeditado em 30/12/2006
Código do texto: T228384