Soberba
Qual voz na noite, suavemente soprou em teus ouvidos
Sussurros enganosos, perfídias e palavras traiçoeiras?
Mergulhou em teu ego tornando teus olhos atrevidos,
E com prazer, entre ti e a bondade criou fronteiras?
Derrubando tua inocência, qual vento em desespero,
Riu quando a ouviste e o cálice do mal te ofereceu.
Juntos brindaram a vida, ao mundo, em exaspero,
E num momento em ti essa mudança aconteceu.
Caminho de pedras, luz em cinzas, olhar altivo,
Carinho em trevas, rios em desertos alterados.
Esquecendo dos céus, corres como um fugitivo,
Direção oposta dos ideais um dia sonhados.
Mas antes que emudeça o coração em teu peito,
E de uma vez o Eterno rompa teu fio de prata.
Busca a humildade e a paz, a noite em teu leito,
E acorda como de um sonho de uma vida abstrata.