Pobre por profissão

Ele era pobre profissional

Tinha olhos tristes

Buscava com o olhar, como um animal

Um pouco de carinho e caridade

E seu olhar profundo insiste

por favor uma moeda

tenho muita fome de felicidade

Não tenho nem lugar para sonhar

Talvez meu coração de poeta

possa acolher seus sonhos

Olhei com ternura a figura esbelta

E tirei do bolso meu ultimo poema

É tudo que tenho, amigo, me desculpei

Ele olhou para o papel e sorriu, pela primeira vez

e colocou sobre o peito e meu verso abrigou

Ele sabia, era um pedaço de mim

numa folha de papel.