Te quero tanto
Te quero tanto e tanto
Que desando pela noite
Andando em andrajos
Com a pele e a carne em açoite
Lanhadas pelo desencanto
De não ter os teus quebrantos
Teus cantos
Te quero tanto e tanto
Que dobro as horas em agonia
Sonhando com tua companhia
Meus beijos pedem os lábios teus
E silenciam com o adeus
Meus olhos assim cravados
Marejados, perderam o horizonte
O leito da fonte
Por onde desabaram em adágios
Pelos momentos solitários
Um querer sem fim
Se apossou de mim
Tingiu meus dias de dourados tons
Encheu meus ares de sons
E não floresceu
Feneceu
Como flor frágil...