Um olhar
Vi um olhar fixo, perdido, vagando
Vi um olhar, sim, fixo no infinito existia um olhar.
Um simples olhar, de Chico, Maria, Joaquim,
Que interessa isto?
O importante é que existia um olhar.
Um olhar bonito, fixo, contemplando o infinito.
Olhar de menino travesso
Olhar vago, triste, perdido.
Que olhava, não sei,
Não sei se pensava, meditava;
O que sei é que vi um olhar,
E olhando, pude também contemplar.
Contemplei o brilho das estrelas,
Percebi a beleza da lua.
Ouvi o silencio e no silencio percebi meu coração.
Eh!vi um olhar, e olhando para o olhar,
Aprendi a contemplar.
Contemplei meu eu interior,
E me olhando, pude perceber a profundidade do olhar.
Vãs filosofias tentam explicar e não conseguem,
Mas consegue a simplicidade de certo olhar.
E daí que eu pareça louco?
Loucura é não contemplar a beleza;
Loucura é não fixar no infinito e em segundos enxergar
A beleza da criação, coisas aparentemente sem razão.
Rendo-me ao simples olhar,
Que vi, fixado, contemplativo, triste talvez, porem um olhar.
Eh! Vi um olhar.
Diante da agitação do dia-a-dia, ainda pude presenciar um olhar.
Eu vi um olhar.