agora que as minhas mãos de amar…
…já estão vazias
e são estátuas de vidro em reflexão
deixai em paz o coração
que frágil tece a teia em que ainda
quer apenas viver por frágeis dias
abismo profundo em névoa
se desvanece
e um raio em ira que fende o céu
em dois, cai quase a prumo
e atordoa e fere e mata
e enlouquece
e perde este Homem do seu norte
o rumo
-publicado na Antologia Escritores Brasileiros e Autores de Língua Portuguesa, 3ª Edição-Agosto2006